"Chuvinha de Outono"

A Páscoa...
Ahh... o coelhinho e o chocolate... a família reunida, a paz e a diversão...
Assim sempre foram minhas passagens por essa data.
Até que, num belo outono, quando levei uma pessoa muito importante para curtir esse feriadão comigo, eis que Murphy vai junto ¬¬

Bom, resumindo, fomos para uma fazenda no interior, longe de toda e qualquer civilização (excluindo a igreja pouco usada na frente e o cemitério ao lado dela). Como nesse lugar sempre vai muita gente e, ainda, festeira, o mais indicado para duas pessoas que, entre outros motivos, também não querem ocupar um quarto que podia ser de uma mãe (né?!), é acampar na frente da casa ^.^

Sexta-feira queeente pra caramba, acampamento montado, fomos dar uma volta pela vizinhança (mato). Claro que vimos que ia chover, mas o tempo já estava para isso a algum tempo e não fomos muito longe. De repente, olho para frente e digo:
- Vamos voltar, vai chover.
Então começamos a caminhar e eu digo:
- Corre, vai chover!
E corremos, corremos e aceleramos a corrida.
Quando chegamos bem perto, há uma subida levemente íngrime e, depois de um tempo de corrida, ela parece vertical. E o que pode acontecer? Claro, é nesse exato momento que começa a chover.
Então a chuva piora e piora muito, muito mesmo. Temos que pegar alguma coisa na barraca e fechá-la porque a esquecemos aberta!
De longe, vemos que a lona que a cobria cai por cima dela vamos arrumar logo porque a chuva continua aumentando.


E o que pode acontecer enquanto tentamos desfazer o nó que mantinha a porta da barraca aberta com uma mão enquanto seguramos a lona caída para não apoiar com a cabeça com a outra? Começa a chuver granizo, claro!

...Na hora não foi engraçado...

Tá, fechamos e voltamos para dentro da casa. Tudo certo? Não. Agora falta luz!
Haaaa... essa foi boa, hein?! Agora, além de não termos iluminação, com exceção de algumas poucas lanternas para muita gente (depois de um tempo alguém achou duas velas), não temos televisão, nem videogame, nem bateria no laptop, nem rádio, nem luz pra jogar algum jogo de cartas, nem pra ler, nem chuveiro quente!!!
(Note que não temos vizinhos e nem civilização próxima, ou seja, para a luz retornar vai levar bastaaaante tempo. Talvez quarta-feira.)

Ok, ok. A chuva diminuiu um pouco e já ficou tarde. Acho que dará para dormir na barraca, além do mais, está muito escuro para mudar de ideia.

...O pior temporal da minha vida... Sabe aquele que apareceu na tv arrasando casas, inundando e desabrigando muitas famílias? Eu estava em uma barraca, protegida por uma lona que balançava com o vento mais que as árvores (e que, por duas vezes, caiu em cima da barraca).
Bom, pra ver como Murphy é engraçado, ele resolveu meu problema de falta de luz, já que tinha um relâmpago atrás do outro.
Horror!
Eu não conseguia ouvir meus próprios pensamentos por causa do barulho dos trovões.
Vento, relâmpagos, trovões, água (que podia invadir a barraca a qualquer momento porque estava inundando na grama ao redor)... isso que eu evitava pensar que tinha um cemitério beeeem na frente da casa!!!

Bom, fomos embora no sábado de tarde, pelo menos na minha casa tem luz e todos os benefícios que vem com ela (destaque para o laptop e o chuveiro quente). E também tem telhado sobre minha cabeça, sabe, mesmo que tenha um e.t. vivendo no forro, a insegurança é menor.

3 comentários:

  1. Feriadão de páscoa, semanas de calor incessante, mormaços e tudo isso reunido a uma frente fria vindo do mar... Resulta, bem já foi descrito hehehe.

    Peripécias do destino e um pouco de falta de sorte resultam nisso, mas podemos dizer também que carro cheio, porta malas lotado Murphy deve ter ido no colo, pois ele sempre nos acompanha dando esse temperinho na vida, essa graça que faz ela ser uma comédia muito sublime.

    Porem todos os detalhes meio fora de planejamento são completamente ignorados por alguns argumentos muito fortes que estão sucintos ao decorrer da narrativa, dentre eles um que logo de inicio é citado e suaviza todos os imprevistos seguintes "Até que, num belo outono, quando levei uma pessoa muito importante para curtir esse feriadão comigo..."
    Mostra perfeitamente as excelentes intenções que fazem toda a diferença a qualquer coisa que é feita. Outro marcante como "o mais indicado para duas pessoas que, entre outros motivos, também não querem ocupar um quarto que podia ser de uma mãe (né?!)" alem de expor perfeitamente o altruísmo na intenção de abrir mão do conforto para um bem maior mostra a boa intenção de interagir com a natureza em todo seu resplendor que rodeia esse local (notamos que a natureza é completa, não são apenas noites bonitas e estreladas), alem do detalhe "dentre outros motivos que prefiro deixar sub-entendido hehehe.

    Poderia ficar citando milhares de trechos dessa excelente narrativa, mas vou me encerrando por aqui pois isso é um "comentário" e não uma resenha sobre o texto que quando muito grande começa a ficar chata

    Em suma queria parabenizar pelo excelente post, ri muito ao ler, mas algo que ficou sem conclusão, a final de contas foi ruim ou bom?

    Voltarei em breve para ver se minha pergunta obteve uma resposta da autora e é claro para ler mais desses incríveis posts que contam a vida como ela é, linda, inusitadas, criativa e com um toque de comédia, o que a deixa muito Sublime.

    Meus Parabéns e continua melhorando cada vez mais.

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  2. Well... eu ri depois que passou! Hehehehe

    Ok, claro que podia ter sido melhor, minhas Páscoas sempre foram melhores... mas, apesar de um pouco de sofrimento, foi engraçado. Hehehe

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  3. Isy! adorei o texto,as coisas que acontecem com a gente são o mínimo irônicas,né? a foto dos coelhinhos voando no tornado ficou muito engraçado. auhauhaua.

    Amiga, beijos e abraços.mi casa, su casa!!
    p.s espero a minha carta que nossa amada Cíntia esqueceu :)

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